Rivaldo dá voto de confiança a Ancelotti: “Foi contratado para ganhar a Copa, não amistosos”

Hester M. Wasinger
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Após amistosos da Seleção Brasileira, com uma vitória e uma derrota, embaixador da Betfair minimiza revés, faz análise sobre o momento da Seleção e comenta sobre Rodrygo, Vini Jr. e Endrick na preparação para o Mundial

Ídolo do futebol brasileiro e campeão mundial em 2002, Rivaldo analisou o momento da Seleção Brasileira sob o comando de Carlo Ancelotti, destacando o papel do treinador e a importância do processo de preparação para a Copa do Mundo. O ex-jogador, em entrevista à Betfair, analisou os dois últimos amistosos da equipe: vitória por 5 a 0 sobre a Coreia do Sul e derrota por 3 a 2 diante do Japão — primeira vez que o Brasil perde para os japoneses — e reforçou que o objetivo principal é o desempenho no Mundial.

“Tudo que o Ancelotti está fazendo é parte da preparação, principalmente com todos os desafios que o Brasil vem passando desde a Copa de 2022 até hoje. Uma derrota como essa para o Japão sempre pesa, mesmo sendo amistoso, porque os torcedores e a imprensa criticam. Mas o treinador sabe que esses jogos servem pra observar quem vai para o Mundial. Ele foi contratado para ganhar a Copa do Mundo, não para vencer amistosos, que são somente jogos para analisar jogadores. Então, entende que derrotas fazem parte do processo. Nesses jogos, com certeza, viu coisas boas e ruins. Agora ele deve pegar as coisas positivas para assimilar no trabalho e seguir até a Copa”, afirmou Rivaldo em entrevista exclusiva à Betfair.

O craque também elogiou o trabalho de observação de Ancelotti, destacando a importância dos testes realizados nos últimos jogos. Jogadores como Estêvão, Gabriel Martinelli e Paulo Henrique fizeram gols e tiveram boas atuações, aumentando o leque de opções do treinador.

“Isso dá uma boa dor de cabeça para ele. Cada vez que coloca um jogador que se destaca, o técnico praticamente tem a obrigação de convocá-lo nos próximos jogos. Mas é melhor ter vários jogadores bons pra escolher do que poucos. Então, pro Ancelotti, é uma maravilha: ele tem várias opções para convocar para os próximos jogos e para a Copa do Mundo. As partidas foram muito válidas, mesmo com vitória e derrota. É um treinador inteligente, campeão, que vai escolher os melhores, e foi por isso que convocou tantos jogadores, inclusive alguns que estavam voltando à Seleção, para testar e definir os que estarão na convocação final.”

Rodrygo e Vini Jr. sob o comando de Ancelotti

Entre os nomes convocados para os amistosos na Ásia, Rivaldo vê Rodrygo como um jogador praticamente garantido no grupo que vai à Copa. O atacante do Real Madrid, segundo ele, reúne talento, versatilidade e confiança do treinador.

“É um jogador que está praticamente certo que vai. Deve estar no grupo e acredito que tem tudo para ser titular. O Rodrygo já jogou uma Copa do Mundo e tem experiência, além do treinador conhecê-lo muito bem. Eu também gosto da maneira que ele joga. É claro que vamos esperar, ainda faltam alguns meses até lá para saber como ele vai estar, se vai ser titular, mas é um jogador que tem tudo para estar entre os 11. Até por estar em um grande clube, por tudo que já fez dentro do Real Madrid e pelo treinador conhecê-lo muito bem, o que facilita para ele. A gente espera até o último momento antes da Copa, porque ainda tem tempo, mas ele tem tudo pra ser titular absoluto da seleção”, analisou o pentacampeão mundial.

Sobre Vinícius Júnior, Rivaldo acredita que, devido também à sua experiência e títulos, o atacante tem maturidade para assumir o protagonismo da Seleção. “Acredito que ele está preparado, por tudo de bom que já aconteceu na sua carreira e por estar jogando num clube como o Real Madrid. Claro, tudo isso ele tem de mostrar dentro de campo, como fez por vários anos dentro do Real Madrid e também na Seleção Brasileira. Já jogou uma Copa do Mundo, e apesar de estar tendo algumas dificuldades de fazer gol, não contando com uma média na Seleção tão boa como no Real Madrid, é um jogador de muita personalidade, que vai pra cima, e que admiro muito”.

“Ele tem tudo para chamar essa responsabilidade pra si e fazer uma grande Copa do Mundo. Saber que tem um treinador que dá toda a confiança facilita muito. Por ser rápido, ter muita habilidade e personalidade, acredito que isso ajuda a chamar essa responsabilidade”, completou o embaixador da Betfair.

Endrick precisa de mais tempo de jogo

Ao comentar sobre Endrick, que não vem sendo lembrado nas listas de Carlo Ancelotti, Rivaldo reconheceu o talento do jovem atacante, mas destacou que a falta de espaço no Real Madrid e na Seleção pode comprometer seu desenvolvimento. “Todo mundo sabe que é um jogador de muito futuro. Foi pra um grande clube, que é o Real Madrid, só que no momento errado, no meu modo de entender. Em termos de elenco, o clube tinha muitos jogadores bons no ataque, e ele chegou como um grande talento, por tudo que vinha fazendo no Palmeiras, mas encontrou jogadores mais experientes, com mais nome que ele. Isso dificultou; ele jogou pouco, isso o prejudicou e ele perdeu espaço”, disse o pentacampeão.

O embaixador da Betfair ainda deu uma dica para que a carreira de Endrick não fique estagnada: trocar de clube. “Não foi por culpa dele, mas pela preferência do treinador em colocar jogadores mais experientes. E, como é um jogador novo, teve que esperar. Acabou perdendo espaço no Real Madrid e, por consequência, na Seleção. E se você não está jogando no clube, fica difícil. Acredito que, se não jogar pelo Real Madrid, ele tem de buscar um clube onde possa jogar. O Endrick tem condição de atuar em qualquer equipe, pela idade e pelo futebol que tem. Precisa de mais minutos, precisa jogar para poder reencontrar suas boas atuações. Todo mundo sabe que é um grande jogador, gosto muito dele, mas ele tem que buscar um novo clube pra jogar e se destacar.”

Preparação para o Mundial

Com os amistosos contra equipes asiáticas já realizados e com a perspectiva de encarar seleções da África e da Europa nas próximas datas FIFA, Rivaldo ressaltou a importância dos amistosos contra seleções de diferentes continentes como parte essencial da preparação para a Copa do Mundo.

“Acho muito válido. Sempre é bom jogar contra seleções diferentes, porque é isso que se encontra no Mundial. É importante para entender e saber como estão o ritmo e o estilo das outras seleções. Jogar contra equipes da Ásia, da África e da Europa é sempre bom. Esses jogos ajudam o treinador a chegar ao Mundial sabendo o que vai encontrar lá na frente. Na primeira fase da Copa, você enfrenta seleções de vários continentes, então é importante já ter essa experiência. Esses jogos servem pra isso, pra entender o que pode encontrar e se preparar melhor”, finalizou o pentacampeão e embaixador da Betfair.

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