Hábito de consumir enquanto trabalha, estuda ou se desloca está impulsionando o mercado foodservice
Em meio a rotinas cada vez mais aceleradas, em que refeições completas são frequentemente substituídas por pequenos lanches, o finger food ganhou protagonismo. Dados da Kantar indicam que 15% das refeições feitas fora de casa hoje são compostas por salgados e petiscos rápidos — um número que vem crescendo desde 2019. Entre os principais perfis de consumidores estão jovens adultos, profissionais autônomos, estudantes e motoristas de aplicativo. O padrão se repete: comer no trânsito, entre uma reunião e outra, ou até mesmo enquanto se digita um relatório.
Esse novo comportamento influencia diretamente os formatos e modelos de negócio no setor de alimentação. Mini porções, embalagens que cabem na mão, combos práticos e lanches que dispensam talheres estão cada vez mais presentes no mercado. Não é apenas uma questão de praticidade — trata-se de adaptar a alimentação ao ritmo de uma vida que não para.
Loucos por Coxinha: tradição adaptada à mobilidade
Fundada em Natal – RN, a Loucos por Coxinha entendeu cedo que o sucesso do seu produto não dependia apenas da receita, mas também do formato. Apostando em versões mini e combos inteligentes, a rede se expandiu com força nacional — hoje soma mais de 100 unidades em operação, com produção de cerca de 2,5 milhões de coxinhas por dia.
A marca apostou em modelos compactos, como quiosques e containers, que operam bem em locais de alto fluxo, como shoppings, universidades e estações. O combo individual com mini coxinhas e bebida se tornou um dos carros chefes da rede, atendendo exatamente ao perfil do consumidor que quer comer bem, rápido e com praticidade.
Além disso, o modelo de negócios da rede atrai empreendedores que buscam baixo investimento inicial e retorno rápido — aproveitando a alta demanda por snacks convenientes em cidades pequenas e médias. A verticalização da produção e a logística inteligente permitiram que a marca escalasse sem perder qualidade.
Uma tendência que alimenta o mercado
O fenômeno da “comida multitarefa” não é passageiro — ele responde a uma reorganização de prioridades. Alimentos que antes ocupavam um lugar secundário no cardápio agora ganham status estratégico. Para o mercado de food service, isso significa atenção redobrada a praticidade, embalagem, mobilidade e ticket médio acessível.
Em um país que historicamente valoriza o sabor, a coxinha representa um ponto de convergência: é democrática, portátil, familiar e adaptável. E, hoje, mais do que nunca, é também uma escolha estratégica, tanto para quem empreende quanto para quem consome.
Raio X:
• Investimento inicial total estimado: a partir de R$ 131 mil
• Faturamento médio mensal: a partir de R$ 40 mil
• Prazo de retorno: De 12 a 30 meses